segunda-feira, setembro 24, 2007

Às delicodoces recheadas


Depois de tanto me queixar que as mulheres de Canas não alinhavam nestas coisas dos berloques, tenho que dar a mão à palmatória, afinal elas andam aí, reservadas mas activas, e, como é seu apanágio, bem recheadas, com muito açúcar mas pouco sal, o que por um lado é bom, pois como se sabe os baixos valores de açúcar no sangue provocam hipoglicemia, responsável pelo incorrecto funcionamento de muitos dos sistemas orgânicos, nomeadamente o cérebro que é muito sensível a estes valores dado a glicose ser a sua principal fonte de energia, mas por outro algo perigoso, atendendo à importância do sal no correcto processamento dos impulsos nervosos do sistema neurológico, é que um baixo nível de sódio pode desencadear alterações ao nível da pressão osmótica das células e, em casos extremos, desequilibrar todo o organismo. Não sei quem anda bem ou mal recheada, mas isso agora também não interessa nada…
A bem da verdade já cá andavam quando tivemos a veleidade de vir para aqui cacarejar, só que, por desconhecimento da sua morada não nos foi possível reconhecê-las. Quando demos por elas ainda tentámos uma aproximação, mas fomos logo postas na ordem, aquilo era um espaço decente, organizado por um grupo de amigas que não abdicavam da sua privacidade internauta(?) e muito menos se permitiam partilhar o milho e o farelo com as malucas do Mulherio. Portanto, distância, que o respeitinho é muito bonito e a antiguidade é um posto.
Assim seja, até porque estas canenses merecem a nossa consideração, e não é só por se despirem do anonimato que habitualmente reveste as personagens deste universo, sim porque estas corajosas berloqueiras assinam com os seus próprios nomes, assumem os seus próprios textos, expõem-se sorridentes para a fotografia e, acima de tudo, não envergonham os pais (tirando um ou outro erro ortográfico), não é como as abjectas figuras do Mulherio que se escondem por detrás de disfarces mais ou menos carnavalescos e andam para aí a apelar ao amor livre - uma vergonha. Mas dizia eu que o apreço não é só por se identificarem, o que lhes garante o estado de graça é a alegria com que vivem a vida, o riso fácil, a juventude, a amizade embrionária, a placenta onde celebram os restos imortais da adolescência – a casa da alegria.
Todos nós já tivemos a nossa casa da alegria e esta definitivamente não é nossa. Cada macaco no seu galho pois foi assim que Deus e a natureza se entenderam quanto à administração dos poleiros, a bem da preservação das espécies, seja o modelo criacionista ou evolucionista, não vá a mistura ofender a lei universal e o cruzamento parir um monstro.
Pronto. Aqui fica o nosso reconhecimento por estas jovens canenses, as delicodoces recheadas.

10 comentários:

BigEye disse...

Gostei

Taj Chan Ackh disse...

ya...ta bom..mudava qualquer coisa...mas bom!

Achadiça disse...

Taj Chan Ackh
Fiquei curiosa... o que é que mudava?

Cingab disse...

lol

Achadiça disse...

lolita

Anónimo disse...

andava aqui sem nada pra fazer e encontrei este texto... nem sequer sabia da sua existencia.

"Quando demos por elas ainda tentámos uma aproximação, mas fomos logo postas na ordem, aquilo era um espaço decente, organizado por um grupo de amigas que não abdicavam da sua privacidade internauta(?) e muito menos se permitiam partilhar o milho e o farelo com as malucas do Mulherio"

(gosto da maneira como usam a ironia nos vossos textos. mas so pra deixar aqui um aponte que a vossa aproximaçao nao foi de todo a mais feliz e depois de muito explicarmos o nosso ponto de vista jovial e adolescente acabámos por desistir).

nao temos problemas de assinar os textos é verdade nem de rir prá fotografia... quanto aos erros ortográficos, nao sofro desse mal.
como nao estamos na blogosfera para os outros, estamos so para nos (akela egocentricidade adolescente, pena é ja quase nenhuma o ser) nao temos problemas nenhuns em postar seja o que for.

resta-m agradecer em nome das recheadas pela atençao. bom natal :)

Rita disse...

Mas que bem! importantes, somos muito importantes. quanto há parte da adolescência aidna bem que somos pois, cada comportamento na sua idade. Realmente não seria pelos erros ortográficos que os meus pais se envergonharíam de mim, mas por enquanto é com a possível vergonha dos meus pais que tenho que preocupar, ainda não com a dos meus filhos!

Já agora é casa alegria, a nossa casa alegria podia ser qq outro sítio pois o q faz os sítios são as pessoas, já dizia o outro.

Pra quê o anonimato quando o que dizemos é pra nós, muitas vezes sobre nós e é a expressão dos nossos pensamentos?

(titi n devias permitir isto)

bom ano*

mariana disse...

também está bem!!Obrigada por me chamarem adolescente...assim espero por muitos mais anos:)ah... e já agora para que contribui o cereal da bolacha no desenvolvimento do cérebro?

Achadiça disse...

Inês, Rita e Mariana em primeiro lugar desejo-vos um ano de 2008 cheio de sucessos, alargado a todas as Recheadas.
Quanto ao texto, creio ter ficado explícita a nossa estima pelo vosso grupo, apesar da ironia(?)…
Só um aparte, que creio ter sido um mal entendido: bem sabemos que as recheadas já não são adolescentes, o que eu disse, num jeito literário talvez rebuscado, foi que as meninas “celebram os restos imortais da adolescência na casa alegria”, restos porque no vosso caso já pouco sobra da adolescência, imortais porque lá no fundo todos nós mantemos um pouco da adolescência já vivida, seja o local de referência a casa alegria ou outro qualquer, como muito bem diz a Rita.
Para além disso dá-me um gozo particular ver-vos alegres e joviais decorando a esplanada da casa alegria com a vossa juventude, partilhando risos fáceis e paixões ciclópicas. Inveja, é o que é…
E mais não posso dizer. Bons estudos.

ps. O cereal é calórico, fonte muito significativa de proteínas. Ingeridas de forma equilibrada, detêm valor energético suficiente para que o corpinho possa dar andamento às vontades concupiscentes da cabecita :). Mas cuidado, pois o excesso de consumo leva à obesidade o que é manifestamente desaconselhável.

Anónimo disse...

lol