Já estávamos tão habituadas às suas bicaditas que foi com grande tristeza e até com algum inconformismo que aceitámos a evidência. O berloqueiro-mor cá da nossa praça evadiu-se ou esvaiu-se, conforme queiramos.
Mas não nos surpreendeu. As estratégias pessoais dos aspirantes a uma carreira política têm destas coisas. Baseados no ciclo da reviravolta eleitoral, os carreiristas expõem-se, escondem-se, migram, imigram e emigram conforme conveniências partidárias e ambições pessoais. Usam frequentemente os meios de comunicação para relançar as suas carreiras, porém, quando queimados na contenda política ou apanhados com a boca na botija, fogem da televisão e dos jornais como o diabo foge da cruz, almejando o esquecimento que lhes trará a redenção futura. Destes, diz-se que fazem a travessia do deserto, como se tal ausência lhes purificasse os erros, ou, no último caso, lhes expiasse os pecados e lhes devolvesse virtudes que nunca tiveram. Coelho na toca não encontra chumbo.
À falta de televisões e jornais aqui no burgo, o nosso paladino aprendiz de feiticeiro, expôs-se publicamente nos berloques cá da terra, angariando reputação e protagonismo notórios. Ora como articulista, ora como comentador, alvitrava de sua justiça a torto e a direito e, atrevo-me a dizer, quase fazia doutrina, não estivesse do lado errado da barricada.
Nas alturas mais conturbadas da cena política canense tentou com o seu voluntarismo operacional atenuar a fogueira que ardia sem controlo e que queimava uns e outros, à esquerda, ao centro e à direita, mas, o combustível que a alimentava era oleoso e quanto mais água deitava na fervura mais a labareda se revelava descontrolada. Acabou enredado no emaranhado da política interna e chamuscado naquele fogaréu fratricída, pois, para mal dos seus pecados, a sua costela rosa era comprometedora e a malta não lhe perdoou a matiz.
Agora, talvez inspirado pela mestria dos mentores nacionais, este dinâmico e bem sucedido berloquista eclipsou-se. Parece ter optado pela estratégia da descrição e do distanciamento, quem sabe, já a pensar na sucessão política que a sua condição de delfim propicia.
Confrontado com a vulgarização a que se permitiu, perfeitamente contrária às regras mais básicas que a credibilidade política exige, optou por reter ímpetos entusiastas e rastos embaraçosos. Para evitar a fulanização a que a exposição berloqueira o sujeitava, afastou-se destas andanças, buscando no deserto o branqueamento do passado irrequieto e truculento, pouco promissor às aspirações políticas que anseia.
É uma pena, pois perdeu-se um bom berloqueiro e não vamos ganhar por certo um bom político.
Bons repenicos
Mas não nos surpreendeu. As estratégias pessoais dos aspirantes a uma carreira política têm destas coisas. Baseados no ciclo da reviravolta eleitoral, os carreiristas expõem-se, escondem-se, migram, imigram e emigram conforme conveniências partidárias e ambições pessoais. Usam frequentemente os meios de comunicação para relançar as suas carreiras, porém, quando queimados na contenda política ou apanhados com a boca na botija, fogem da televisão e dos jornais como o diabo foge da cruz, almejando o esquecimento que lhes trará a redenção futura. Destes, diz-se que fazem a travessia do deserto, como se tal ausência lhes purificasse os erros, ou, no último caso, lhes expiasse os pecados e lhes devolvesse virtudes que nunca tiveram. Coelho na toca não encontra chumbo.
À falta de televisões e jornais aqui no burgo, o nosso paladino aprendiz de feiticeiro, expôs-se publicamente nos berloques cá da terra, angariando reputação e protagonismo notórios. Ora como articulista, ora como comentador, alvitrava de sua justiça a torto e a direito e, atrevo-me a dizer, quase fazia doutrina, não estivesse do lado errado da barricada.
Nas alturas mais conturbadas da cena política canense tentou com o seu voluntarismo operacional atenuar a fogueira que ardia sem controlo e que queimava uns e outros, à esquerda, ao centro e à direita, mas, o combustível que a alimentava era oleoso e quanto mais água deitava na fervura mais a labareda se revelava descontrolada. Acabou enredado no emaranhado da política interna e chamuscado naquele fogaréu fratricída, pois, para mal dos seus pecados, a sua costela rosa era comprometedora e a malta não lhe perdoou a matiz.
Agora, talvez inspirado pela mestria dos mentores nacionais, este dinâmico e bem sucedido berloquista eclipsou-se. Parece ter optado pela estratégia da descrição e do distanciamento, quem sabe, já a pensar na sucessão política que a sua condição de delfim propicia.
Confrontado com a vulgarização a que se permitiu, perfeitamente contrária às regras mais básicas que a credibilidade política exige, optou por reter ímpetos entusiastas e rastos embaraçosos. Para evitar a fulanização a que a exposição berloqueira o sujeitava, afastou-se destas andanças, buscando no deserto o branqueamento do passado irrequieto e truculento, pouco promissor às aspirações políticas que anseia.
É uma pena, pois perdeu-se um bom berloqueiro e não vamos ganhar por certo um bom político.
Bons repenicos
4 comentários:
Bem, tenho de fazer a pergunta:
Estamos a falar de quem?
Quem é o Delfim?
É que por mais voltas que dê, não consigo visumbrar quem posso caber dentro das pistas do texto... Bem, se calhar não é das minhas relações, mas...
@Cingab
Eu apesar de também não vislumbrar quem possa ser, penso que a chave está numa palvra que é referida algures nas 7 últimas linhas.
Ò Cingab, pelo texto dá perfeitamente para ver que está a falar de um fulano qualquer, não se sabendo bem quem por isso chamemos-lhe Fulano Tal... isto é o que o texto me dá a entender!
@kunami,
Não encaixa em ninguém... Que é o mesmo que dizer, não sei a quem poderá servir a carapuça
@Farpas,
Delfim?!?... Não vejo esse fulano como delfim de ninguém!...
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