Ex.ma Leitora:
Foi com igual perplexidade que lemos o e-mail que nos dirigiu. Se, por um lado, nos suscitou sorrisos transversais, ao sabor de referências familiares que certamente a leitora, com ou sem adereços, honra na descendência, por outro, desconcertou-nos com a incapacidade de se reconhecer, como mulher e como canense, no formato do nosso berloque.
Foi com igual perplexidade que lemos o e-mail que nos dirigiu. Se, por um lado, nos suscitou sorrisos transversais, ao sabor de referências familiares que certamente a leitora, com ou sem adereços, honra na descendência, por outro, desconcertou-nos com a incapacidade de se reconhecer, como mulher e como canense, no formato do nosso berloque.
Só por mera distracção ou manifesta má vontade a prezada leitora poderá aferir que a simbologia usada no “Mulherio” não corresponde integralmente à imagem que de si dá e tão bem expressa no seu e-mail. A César o que é de César, às galinhas o que é das galinhas.
Dado o carácter virtual das três personagens visadas, consideramos natural a suspeição quanto à sua(delas) preferência sexual. É até normal que, dado o carácter confidencial das criadoras, se possa especular relativamente ao verdadeiro género, quer das criadoras, quer das personagens. Todavia, não podemos deixar de lhe recordar que este é um espaço de ampla liberdade onde o único limite é a capacidade inventiva das autoras e a disponibilidade receptiva dos leitores(as), circunstância a que, por certo, a prezada amiga não se opõe, pese embora as considerações pouco abonatórias quanto à alegada usurpação do espírito da "mulher canense" por parte do Mulherio.
Rejeitamos veementemente a sua sugestão de reconsiderar o formato do berloque, por entendermos que a “mulher canense” está muito bem entregue nas mãos destas personagens, enveredem elas por onde decidirem enveredar (as criadores, as personagens ou as mulheres de canas).
Sendo a voz feminina a nossa bandeira e, mesmo que discordante, sempre merecedora de consideração, deixamos-lhe algumas notas passadas que julgamos ter ignorado, mas que nos parecem elucidativas:
Desde as primeiras e “tímidas bicadas” da Achadiça tornou-se evidente a intenção de criar um contraponto feminino à exclusividade masculina que gradava na berloquesfera Canense. A solução encontrada foi criar um espaço provocador que brincasse com a masculinidade dos residentes e abrisse caminhos para uma participação mais alargada das mulheres, inexplicavelmente ausentes nestas paragens. Optámos por um formato assumidamente sexista e pelo simbolismo alegórico de um “Galinheiro” como representação metafórica das mulheres de Canas de Senhorim, solução que nos pareceu adequada, na medida em que nos oferecia uma quantidade de referências para caricaturar a nossa terra e acicatar as nossas gentes. Embora as personagens sejam genuínas e representem as sensibilidades de cada uma de nós, elas perdem-se em intenções secundárias, por vezes extracurriculares, não descurando contudo uma abordagem cuidadosa nos textos publicados e um trato descomplexado, mas elegante, na convivência com os ilustres comentadores.
Foi neste contexto que O Mulherio se assumiu como veículo reivindicativo de pretensões mais ou menos comuns às mulheres em geral e às canenses em particular. Uma brincadeira de três amigas canenses, às quais a leitora, por certo, concederá o direito de cacarejarem como, onde e quando quiserem, independentemente de terem, ou não, assinalável audiência.
As criadoras
Canas de Senhorim, 16 de Setembro de 2006
PS: Estamos a considerar chocar o seu e-mail no berloque. Caso se oponha, agradecemos que manifeste essa intenção. Aproveitamos para lhe solicitar cumulativamente autorização para a publicação do presente e-mail.
4 comentários:
Pimba. :D
Para desempate, o melhor é criarem outro blog, poe exemplo:
Mulherio de Canas de Senhorim (sem censura)
lololol
Decididamente o vosso blogue não agrada ao "mulherio". Pelo menos a algum... isso é normal, aliás, antes o desagrado que a indiferença
Cumprimentos
nem sei que diga!...
Enviar um comentário