Canas sufoca. Não há serras nem aragens que lhe valham. Fechada sobre si mesma, esta vila só pode contar com os seus habitantes. Não é local privilegiado de passagem, não possui qualquer infra-estrutura cultural ou comercial que motive visitantes ou curiosos e disso se ressente a malta mais nova.
Lá vamos tendo esporadicamente uns eventos, como o Carnaval, o Canas em Movimento, a Feira Medieval, mas o dia a dia não tem soluções lúdicas ou culturais de relevo. Isto, se aos mais velhos, não traz grande preocupação, já aos mais novos, ávidos de animação e novidade, cria uma sensação de angústia e claustrofobia.
Chega o fim-de-semana e as soluções repetem-se: se estiver calor, vai-se até à piscina; se estiver frio arrastamo-nos pelos cafés. Não há alternativas, a não ser que a idade o permita e o diligente carrito do papá se faça à estrada (isto se o papá para aí estiver virado). Mas à noite! À noite é que a porca torce o rabo. Um único bar e sempre igual na frequência, nas músicas, nos vídeos, nos bêbados. Uf! Deprimente não é? O pior é que à noite o pai não cede a viatura, não vá algum maganão “afalfar” a menina e conspurcar os preciosos estofos.
Mas o pior de tudo é sobreviver ao Inverno. O clima não ajuda e a actividade mais excitante que se vislumbra é assar uma chouriça à lareira, regada com o tinto da casa. Do mal, o menos. Entretanto anseia-se pelo Verão e com ele a procissão festivaleira. Mochila às costas, corda aos sapatos que Vilar de Mouros, a Zambujeira ou outro qualquer lugar de culto, propiciam abençoadas fugas à monotonia. Aproveitar ao máximo pois outro Inverno se anuncia. Canas fica deserta, no Verão por ausência, no Inverno por recolhimento.
Chega-se por volta dos dezoito anos e se tudo correu bem os estudos clamam por outras paragens. Finalmente algum movimento. Pode ser Viseu, Coimbra, Guarda, Aveiro, Braga ou outra terra qualquer. Vai-se de muito boa vontade, fazer pela vida e pela diversão. Agora há que ter juizinho. Equilibrar muito bem o tempo dos estudos com os da borga para não se dar o caso de, logo no primeiro ano, começarem as cadeiras a acumular-se. Tem que se atinar, essa é que é essa, e quando damos conta estamos atulhados em exames, trabalhos, frequências, sem tempo para nos coçarmos, quanto mais para a folia. Ironicamente começamos a ter saudades dos tempos e da indigência da piscina e do Quebra. Olha que uma destas!
Depois, quando vamos a Canas pelo fim-de-semana ou pelas férias comentamos o facto com aqueles que por lá ficaram e damos connosco numa conversa de parvos. Eles a dizerem que nós devemos estar malucos, que aquilo lá pela cidade é que é bom, e nós a contra-argumentarmos que aqui é que se está bem. Claro que acabamos por perceber que ambas as interpretações são válidas pela diferente perspectiva que encerram. Mas não deixa de ser curioso.
O ideal era Canas desenvolver-se um pouco mais, mesmo correndo o risco de perdermos um pouco de tranquilidade. Isso traria mais população e provavelmente mais animação. Então justificar-se-iam ou pelo menos seriam economicamente viáveis investimentos lúdicos que multiplicassem as opções para a juventude e para os habitantes em geral. Estou a falar de um Cinema, de uma Discoteca, de um ou outro Bar, de mais actividades nocturnas ao fim de semana, eventos musicais, espectáculos, concertos, teatro… já estou a delirar! Mas como eu gostava de ter tudo isto na minha terra. Já agora um espaço multi-media… então é que os berloques se animavam!
Lá vamos tendo esporadicamente uns eventos, como o Carnaval, o Canas em Movimento, a Feira Medieval, mas o dia a dia não tem soluções lúdicas ou culturais de relevo. Isto, se aos mais velhos, não traz grande preocupação, já aos mais novos, ávidos de animação e novidade, cria uma sensação de angústia e claustrofobia.
Chega o fim-de-semana e as soluções repetem-se: se estiver calor, vai-se até à piscina; se estiver frio arrastamo-nos pelos cafés. Não há alternativas, a não ser que a idade o permita e o diligente carrito do papá se faça à estrada (isto se o papá para aí estiver virado). Mas à noite! À noite é que a porca torce o rabo. Um único bar e sempre igual na frequência, nas músicas, nos vídeos, nos bêbados. Uf! Deprimente não é? O pior é que à noite o pai não cede a viatura, não vá algum maganão “afalfar” a menina e conspurcar os preciosos estofos.
Mas o pior de tudo é sobreviver ao Inverno. O clima não ajuda e a actividade mais excitante que se vislumbra é assar uma chouriça à lareira, regada com o tinto da casa. Do mal, o menos. Entretanto anseia-se pelo Verão e com ele a procissão festivaleira. Mochila às costas, corda aos sapatos que Vilar de Mouros, a Zambujeira ou outro qualquer lugar de culto, propiciam abençoadas fugas à monotonia. Aproveitar ao máximo pois outro Inverno se anuncia. Canas fica deserta, no Verão por ausência, no Inverno por recolhimento.
Chega-se por volta dos dezoito anos e se tudo correu bem os estudos clamam por outras paragens. Finalmente algum movimento. Pode ser Viseu, Coimbra, Guarda, Aveiro, Braga ou outra terra qualquer. Vai-se de muito boa vontade, fazer pela vida e pela diversão. Agora há que ter juizinho. Equilibrar muito bem o tempo dos estudos com os da borga para não se dar o caso de, logo no primeiro ano, começarem as cadeiras a acumular-se. Tem que se atinar, essa é que é essa, e quando damos conta estamos atulhados em exames, trabalhos, frequências, sem tempo para nos coçarmos, quanto mais para a folia. Ironicamente começamos a ter saudades dos tempos e da indigência da piscina e do Quebra. Olha que uma destas!
Depois, quando vamos a Canas pelo fim-de-semana ou pelas férias comentamos o facto com aqueles que por lá ficaram e damos connosco numa conversa de parvos. Eles a dizerem que nós devemos estar malucos, que aquilo lá pela cidade é que é bom, e nós a contra-argumentarmos que aqui é que se está bem. Claro que acabamos por perceber que ambas as interpretações são válidas pela diferente perspectiva que encerram. Mas não deixa de ser curioso.
O ideal era Canas desenvolver-se um pouco mais, mesmo correndo o risco de perdermos um pouco de tranquilidade. Isso traria mais população e provavelmente mais animação. Então justificar-se-iam ou pelo menos seriam economicamente viáveis investimentos lúdicos que multiplicassem as opções para a juventude e para os habitantes em geral. Estou a falar de um Cinema, de uma Discoteca, de um ou outro Bar, de mais actividades nocturnas ao fim de semana, eventos musicais, espectáculos, concertos, teatro… já estou a delirar! Mas como eu gostava de ter tudo isto na minha terra. Já agora um espaço multi-media… então é que os berloques se animavam!
Boas bicadas
7 comentários:
lol?!
Pois, a malta de Manteigas está bem pior...
Estará?
Ao menos são concelho. Mesmo só com 3 freguesias (ou serão 4)?!
Contribui para a situação relatada uma certa tendência, talvez natural dadas as circunstâncias, de desconfiança perante os achadiços que nos visitam.
Depois temos a falta de apoio, normalmente demonstrado, ao que se faz cá dentro. Uma critica constante que não é posta em prática quando de eventos semelhantes em localidades próximas.
Mas é o que temos. Podia ser pior.
lol?!?
poderia ser bem pior!
Alexandre
Seja bem vindo.
Concordo com o 3º§. Já com o 2º tenho algumas reservas. Somos conhecidos por hospitaleiros... recebemos bem e temos orgulho em mostrar aquilo que temos. Não é só uma característica dos beirões, é típico dos canenses... olhe o caso aqui das galinhas, que se pavoneiam todas quando nos é concedida a graça de uma visita :)
Boas bicadas
PS já estive "presa" uma semana em Manteigas por causa da neve e não achei piada nenhuma, mesmo sendo concelho...
Cingab
Pode ser sempre pior... e no caso de Canas tende a piorar. Eu bem vejo como é que a malta nova se diverte. Faz-me lembrar a juventude alentejana, agarrada ao copo e aos fumos... e os mais velhos suicidam-se. Não quero ser negra mas...
Galinha negra!!!!!
Eu já disse que tende a piorar!...
Concordo consigo!...
Os galos negros são os Capões, não?
Cingab
Capões são capões, isto é capados. Sejam eles negros ou às cores. Parece que é da cidade!!!
Boas bicadas
Então e os cálculos sr engenheiro? Não há marosca. O resultado matemático esclarece o enigma.
Eng. mas não da UNI...
Ainda não tive tempo para o Enigma!...
Da cidade não sou!... Isso é ua ofensa!...
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