No pretérito dia 1 de Dezembro, o Pai-Natal apresentou na Câmara Municipal uma exposição em que alertava as entidades competentes para a possibilidade de não estarem reunidas em Canas de Senhorim as condições necessárias para o cabal desempenho do exercício das suas funções, isto é, a distribuição do Cabaz Natalício.
Entre outros considerandos, denunciava a fraca iluminação da vila e o estado deplorável em que se encontram passeios e ruas. Vejo mal e o reumatismo ataca-me as pernas. Se a tarefa de distribuir os presentes de Natal em condições favoráveis já é de difícil execução, quanto mais confrontado com o estado lastimoso em que se encontram os acessos daquela vila, declarava a certa altura no documento.
Terminava afirmando que, se nada fosse feito para alterar tal estado de coisas, poderiam os canenses ver-se privados da visita do Pai-Natal, circunstância que poderia trazer consequências inimagináveis e da qual declinava qualquer responsabilidade.
Do gabinete da Presidência da Câmara foi despachado ofício dirigido ao Pai-Natal, cujo conteúdo passo a transcrever:
São Nicolau
Eminência:
No respeito pelos valores da tradição Cristã, incumbe-me esclarecer Vossa Eminência que a apreensão traduzida em exposição dirigida a esta Câmara foi por mim antecipada em Maio do corrente ano.
Assim, consciente dos problemas apontados e da consternação que daí podia advir, disponibilizei à entidade competente uma verba considerável, de forma a colmatar as dificuldades referidas e obviar previsíveis inconvenientes.
Por imperativos ou prioridades que só os responsáveis daquela vila poderão explicar, a verba foi canalizada para outros fins que não os que justificaram tal reforço financeiro, designadamente a construção de um anfiteatro e a organização de uma semana de “forrobodó”, porventura legítimos, mas destituídos do carácter urgente que se impunha considerar.
Contudo, conhecendo o sentimento muito pouco natalício que os canenses nutrem pelo seu município, afigura-se-me catastrófica a possibilidade de Canas de Senhorim ficar privada da visita do Pai-Natal pelos motivos invocados.
Nesta conformidade, sugiro humildemente a Vossa Eminência que convoque os canenses a concentrarem-se no anfiteatro na noite de 24 de Dezembro, em hora a determinar, para aí poderem receber ordeiramente os seus presentes de Natal.
A zona de concentração sugerida foi criteriosamente seleccionada e satisfaz os requisitos previamente determinados para a execução de tão nobre tarefa: Boa visibilidade nocturna, arruamento espaçoso e devidamente pavimentado, passeios largos e rotunda acautelada para manobrar as renas de que Vossa Eminência é mui digno proprietário.
Julgando assim obviar maiores inconvenientes, subscrevo-me atenciosamente endereçando votos de um Feliz Natal.(Assinatura ilegível).
Pois é, meus caros conterrâneos. Este ano, presentinhos, só para os lados da piscina.
Bons repenicos
Entre outros considerandos, denunciava a fraca iluminação da vila e o estado deplorável em que se encontram passeios e ruas. Vejo mal e o reumatismo ataca-me as pernas. Se a tarefa de distribuir os presentes de Natal em condições favoráveis já é de difícil execução, quanto mais confrontado com o estado lastimoso em que se encontram os acessos daquela vila, declarava a certa altura no documento.
Terminava afirmando que, se nada fosse feito para alterar tal estado de coisas, poderiam os canenses ver-se privados da visita do Pai-Natal, circunstância que poderia trazer consequências inimagináveis e da qual declinava qualquer responsabilidade.
Do gabinete da Presidência da Câmara foi despachado ofício dirigido ao Pai-Natal, cujo conteúdo passo a transcrever:
São Nicolau
Eminência:
No respeito pelos valores da tradição Cristã, incumbe-me esclarecer Vossa Eminência que a apreensão traduzida em exposição dirigida a esta Câmara foi por mim antecipada em Maio do corrente ano.
Assim, consciente dos problemas apontados e da consternação que daí podia advir, disponibilizei à entidade competente uma verba considerável, de forma a colmatar as dificuldades referidas e obviar previsíveis inconvenientes.
Por imperativos ou prioridades que só os responsáveis daquela vila poderão explicar, a verba foi canalizada para outros fins que não os que justificaram tal reforço financeiro, designadamente a construção de um anfiteatro e a organização de uma semana de “forrobodó”, porventura legítimos, mas destituídos do carácter urgente que se impunha considerar.
Contudo, conhecendo o sentimento muito pouco natalício que os canenses nutrem pelo seu município, afigura-se-me catastrófica a possibilidade de Canas de Senhorim ficar privada da visita do Pai-Natal pelos motivos invocados.
Nesta conformidade, sugiro humildemente a Vossa Eminência que convoque os canenses a concentrarem-se no anfiteatro na noite de 24 de Dezembro, em hora a determinar, para aí poderem receber ordeiramente os seus presentes de Natal.
A zona de concentração sugerida foi criteriosamente seleccionada e satisfaz os requisitos previamente determinados para a execução de tão nobre tarefa: Boa visibilidade nocturna, arruamento espaçoso e devidamente pavimentado, passeios largos e rotunda acautelada para manobrar as renas de que Vossa Eminência é mui digno proprietário.
Julgando assim obviar maiores inconvenientes, subscrevo-me atenciosamente endereçando votos de um Feliz Natal.(Assinatura ilegível).
Pois é, meus caros conterrâneos. Este ano, presentinhos, só para os lados da piscina.
Bons repenicos
5 comentários:
O Velho, o neto e o burro!...
Ó Cingab, tem tomado as gotas?
Os burros não tomam gotas... Mas estou a precisar de umas ferraduras novas!... Pode ser que o Pai Natal se lembre de mim!
Galinha Riça, a subversiva!
Ai estas galinhas...
Enviar um comentário