O camponês confrontava-se com um verdadeiro problema. Tinha 180 galinhas para rentabilizar e nenhum galo à altura da situação. Juntou os parcos trocos que lhe restavam e dirigiu-se à vila mais próxima com a intenção de adquirir um galo cobridor, experiente na especialidade.
- Boa tarde. Preciso de um galo capaz de dar despacho à galinhagem lá da quinta.
- Quantas galinhas tem? Perguntou o vendedor.
- Ao todo são 180 – respondeu o camponês.
O vendedor, sisudo na sua responsabilidade, foi buscar uma gaiola com um galo enorme, possante, crista em riste e tatuagem no peito – I Love Chicken.
- Leve aqui o Tobias. Vai ficar bem servido, e as galinhas também.
O camponês leva o galo e, no dia seguinte, pela manhã, solta-o no quintal. O Tobias corre desenfreadamente, salta para cima da primeira galinha, da segunda e cai para o lado.
O camponês, estarrecido, pega no galo e volta à vila para tirar satisfações do vendedor. Após ter explicado o sucedido o vendedor desfez-se em desculpas e prontificou-se a ceder-lhe outro galo, este sim, um verdadeiro campeão. Trajava altivo, de preto, ténis Nike, crista exuberante.
- O Albertino, uma fera – assegurou o vendedor.
O camponês voltou à quinta e repetiu a manobra. Soltou o bicho no quintal. O Albertino galga para cima da primeira, atraca a segunda, submete a terceira mas, quando chega à quarta, cai morto no chão da quinta.
O camponês revoltado pega no galo e torna à vila. Entra no estabelecimento e diz para o vendedor:
- Olhe lá, meu grande sacana, este é o segundo galo que você me arranja e o engenho para a coisa quedou-se na quarta galinha. É melhor arranjar-me um galo decente antes que eu perca a paciência.
Então o vendedor vai buscar um terceiro galo, decrépito, sem crista nem penas, olheirento, corcunda, com ténis de lona e uma camisa desbotada com os dizeres "Woodstock Forever".
- Olhe, é só o que me resta. O nome dele é Tininho.
O fazendeiro, ainda furioso, leva o galo, pensando:
- Mas que raio é que eu vou fazer com este enjeitado?
Chegado à fazenda solta o Tininho. O galo despe a camisa, atira-a para o lado e sai enlouquecido, fazendo as 180 galinhas de um fôlego, numa refrega indescritível. Pára para respirar e arremete às 180 de novo. Insatisfeito, monta o pastor alemão, que pouco habituado a estas intimidades, gane desesperadamente para que o dono ponha fim ao suplício.
O camponês estupefacto com o atrevimento, agarra-o, dá-lhe dois sopapos para o acalmar e tranca-o na gaiola.
- Mas que raio! Este galo é um fenómeno! - pensa o fazendeiro.
As galinhas confidenciam comentários tipo "o Tino isto", "o Tino aquilo", "o que é que ele fez contigo?", "comigo ele fez assim e assado"... loucura total, todas as galinhas estavam agradadas com o velho Tininho.
No dia seguinte o camponês voltou a soltar o galo; o Tininho sai a levantar poeira do chão, dá duas voltas à quinta aviando tudo o que é de aviar, ele é cão, ele é porco, ele é vacas….
O camponês corre atrás dele, agarra-o pelo pescoço, dá-lhe uns abanões para o acalmar e volta a fechá-lo na gaiola.
- Que galo desaustinado! Vai-me dar cabo da bicharada toda!
No dia seguinte vai buscar de novo o galo, porém encontrou a gaiola toda rebentada e do Tininho só o rasto. As galinhas de barriga para o ar, regaladas, o porco roncando satisfações, as vacas deitadas no chão a trocarem impressões sobre as performances do Tininho e o cachorro, envergonhado, gania baixinho, julgando assim disfarçar a infâmia.
- Olha a minha vida! Se ele se atrever com o gado dos vizinhos, vão-me matar!
Sai ao encalço do estupor, seguindo a evidência das pistas. Cabras a suspirar, bodes, de gelo no respectivo, uma tartaruga que perdeu a carapaça no encontro, um touro ruminando imprecações, três recos a coxear, uma mula desembestada, e outros que não viu, mas de igual forma acometidos. De repente e à distância, vê o Tininho caído inânime no chão. Um cenário triste. Os abutres já voam em círculos, adivinhando a refeição.
- Não, Tininho, não. Morreu o Tininho! E logo agora que eu tinha encontrado um galo capaz. Má sorte a minha. Está bem, era desvairado, mas e agora de que me servem as galinhas…
Mas nem sempre aquilo que parece o é verdadeiramente. No meio das lamentações do camponês, Tininho abre um olho, olha para o dono e, assinalando os abutres, sussura-lhe:
- SShhhhhhhhh! Cala-te e deixa-os pousar...
- Boa tarde. Preciso de um galo capaz de dar despacho à galinhagem lá da quinta.
- Quantas galinhas tem? Perguntou o vendedor.
- Ao todo são 180 – respondeu o camponês.
O vendedor, sisudo na sua responsabilidade, foi buscar uma gaiola com um galo enorme, possante, crista em riste e tatuagem no peito – I Love Chicken.
- Leve aqui o Tobias. Vai ficar bem servido, e as galinhas também.
O camponês leva o galo e, no dia seguinte, pela manhã, solta-o no quintal. O Tobias corre desenfreadamente, salta para cima da primeira galinha, da segunda e cai para o lado.
O camponês, estarrecido, pega no galo e volta à vila para tirar satisfações do vendedor. Após ter explicado o sucedido o vendedor desfez-se em desculpas e prontificou-se a ceder-lhe outro galo, este sim, um verdadeiro campeão. Trajava altivo, de preto, ténis Nike, crista exuberante.
- O Albertino, uma fera – assegurou o vendedor.
O camponês voltou à quinta e repetiu a manobra. Soltou o bicho no quintal. O Albertino galga para cima da primeira, atraca a segunda, submete a terceira mas, quando chega à quarta, cai morto no chão da quinta.
O camponês revoltado pega no galo e torna à vila. Entra no estabelecimento e diz para o vendedor:
- Olhe lá, meu grande sacana, este é o segundo galo que você me arranja e o engenho para a coisa quedou-se na quarta galinha. É melhor arranjar-me um galo decente antes que eu perca a paciência.
Então o vendedor vai buscar um terceiro galo, decrépito, sem crista nem penas, olheirento, corcunda, com ténis de lona e uma camisa desbotada com os dizeres "Woodstock Forever".
- Olhe, é só o que me resta. O nome dele é Tininho.
O fazendeiro, ainda furioso, leva o galo, pensando:
- Mas que raio é que eu vou fazer com este enjeitado?
Chegado à fazenda solta o Tininho. O galo despe a camisa, atira-a para o lado e sai enlouquecido, fazendo as 180 galinhas de um fôlego, numa refrega indescritível. Pára para respirar e arremete às 180 de novo. Insatisfeito, monta o pastor alemão, que pouco habituado a estas intimidades, gane desesperadamente para que o dono ponha fim ao suplício.
O camponês estupefacto com o atrevimento, agarra-o, dá-lhe dois sopapos para o acalmar e tranca-o na gaiola.
- Mas que raio! Este galo é um fenómeno! - pensa o fazendeiro.
As galinhas confidenciam comentários tipo "o Tino isto", "o Tino aquilo", "o que é que ele fez contigo?", "comigo ele fez assim e assado"... loucura total, todas as galinhas estavam agradadas com o velho Tininho.
No dia seguinte o camponês voltou a soltar o galo; o Tininho sai a levantar poeira do chão, dá duas voltas à quinta aviando tudo o que é de aviar, ele é cão, ele é porco, ele é vacas….
O camponês corre atrás dele, agarra-o pelo pescoço, dá-lhe uns abanões para o acalmar e volta a fechá-lo na gaiola.
- Que galo desaustinado! Vai-me dar cabo da bicharada toda!
No dia seguinte vai buscar de novo o galo, porém encontrou a gaiola toda rebentada e do Tininho só o rasto. As galinhas de barriga para o ar, regaladas, o porco roncando satisfações, as vacas deitadas no chão a trocarem impressões sobre as performances do Tininho e o cachorro, envergonhado, gania baixinho, julgando assim disfarçar a infâmia.
- Olha a minha vida! Se ele se atrever com o gado dos vizinhos, vão-me matar!
Sai ao encalço do estupor, seguindo a evidência das pistas. Cabras a suspirar, bodes, de gelo no respectivo, uma tartaruga que perdeu a carapaça no encontro, um touro ruminando imprecações, três recos a coxear, uma mula desembestada, e outros que não viu, mas de igual forma acometidos. De repente e à distância, vê o Tininho caído inânime no chão. Um cenário triste. Os abutres já voam em círculos, adivinhando a refeição.
- Não, Tininho, não. Morreu o Tininho! E logo agora que eu tinha encontrado um galo capaz. Má sorte a minha. Está bem, era desvairado, mas e agora de que me servem as galinhas…
Mas nem sempre aquilo que parece o é verdadeiramente. No meio das lamentações do camponês, Tininho abre um olho, olha para o dono e, assinalando os abutres, sussura-lhe:
- SShhhhhhhhh! Cala-te e deixa-os pousar...
Boas bicadas
23 comentários:
Ó Achadiça esta é um bocado rebuscada. Mas percebo onde queres chegar. Casa onde não há pão o Tininho dá um jeitão.
com que então a menina anda a bicar em capoeira alheia...cheia de requintes e insinuações. mas compreendo, aquilo lá é que é reinação, não é como aqui neste miserável tabique onde o acontecimento menos intediante foram aqueles dois comentários que tive que apagar...com muita pena minha, admito. para a proxima deixo-os ficar pode ser que isto anime. não vou perder casamento e a menina também não...a Riça não quer saber disso para nada. portanto que se lixe a elegância
já me esquecia, é rebuscado mas justificado. com um galo assim tinhamos festim
B:»
Podemos propôr O Tininho para mascote da selecção. O Galo de Barcelos não me parece à altura da situação...tinhamos que lhe arranjar uma camisa nova com o dizer: "Portugal Fuckever", ehehehe!
Como é? Eu não sei nada desses comentários excluídos. Agora fazem panelinha uma com a outra e a Riça fica preterida! Quero saber o quê e a que propósito
Bons repenicos
A Achadiça disse:
A Riça não quer saber disso para nada...
Ó Achadiça agora presumes as minhas intenções. Não estou a falar dos comentários, pois se os apagáste tu é que sabes, mas pelo menos podiam ter a gentileza de me informar do seu conteúdo e da origem, não acham.
ai Riça Riça...já consultaste o teu mail? achas que isto era assunto para expor aqui? para isso deixava-os ficar
ainda gostava de saber se alguém os leu...não obtive qualquer eco deles por isso julgo que não. não faço ideia quanto tempo estiveram activos pois a hora de registo estava desajustada...é o que dá andar a bicar em capoeiras suspeitas, depois vêm para aqui ajavardar…ouviste criatalinda :D
B:»»
Portuga
a expressão que usou pode ter outro sentido, que não o que lhe quis dar, como por exemplo:
- Portugal lixado para sempre
será o seu pessimismo de esquerda a traí-lo????
B:»»
:D
Achadiça, sempre de bico afiado. Com as insatisfações que carrega eu compreendo-a muito bem. São insatisfações de "direita", firme e hirta...:D
Disseram-me quem a menina era e eu não quis acreditar. Não tem ar de insatisfeita...
Cumprimentos
então Hugo ainda não leu o conteúdo deste galinheiro. São maioritariamente reclamações de alcova... insatisfações de difícil solução para personagens virtuais
Portuga
a mim disseram-me quem o menino era e eu acreditei logo. tem ar de frustrado de esquerda :D (sem ofensa)
B:»
desculpa hugo, nem te dei as boas vindas, mas estava para aqui a engendrar uma resposta ao querido portuga, que teima em desafiar-me, e eu fico sem tento no bico.
bem vindo, diverte-te e diverte-nos, que é o mesmo que dizer, se ainda não encontráste a pessoa certa diverte-te com a errada.
B:» (Boas bicadas)
Ai que a riça mata-me...estamos proibidas, sob risco de nos abandonar, de cometer impropérios com a língua portuguesa
é encontraste
encontraste
encontraste
encontraste
encontraste
encontraste
riça nem penses, já sabes que herrar é umano
:P
(Espero que já tenham adquirido um dicionário de smilies) ;)
Cumprimentos
8-
a mim às vezes dáva-me jeito um dicionário virtuêz de calão
o cingab gasta os caracteres todos lá na capoeira dele e depois vem, somítico, depositar aqui umas caganitas. ele é sorrisinhos, piscadelas de olho, abracinhos cor de rosa, maminhas da tia eulália... ó homem brinde-nos com algo apalpável, sim apalpável, no verdadeiro sentido da palavra. não se iniba por ser sobejamente conhecido…bem, se calhar não lhe suscitamos qualquer interesse intelectual… se for esse o caso elevamos o nível das posturas com textos mais densos? Profundos? sei lá como chamar-lhes. A cris anda desejosa de colocar aqui um texto com essas características para avaliar a reacção da galinhagem…o que ela quer sei eu, cativá-lo com a sua(dela) erudição. ai! é desta que ela me depena.
B:»
Olá a todos
Vejo que isto está muito animado.Ainda bem. É óptimo quando temos interlocutores.
Achadiça, à secção de jardinagem já.
@achadiça,
Não me esqueço do avatar!... :P
Este blogue tem post's demasiado grandes, cheio de analogias e segundas (terceiras e quartas) intenções... O meu nível intlectual não é dos mais elevados (QI110)... :P
No entanto, saúdo a grandeza das mulheres deste blog... Vocês fazem-me acreditar que a equidade de género é possível!
Obrigado por serem quem são e como são!...
:P
Cingab, ó Cingab
então o querido deixou aqui um comentário em "escrita de gente" e só agora é que dei por ele.
mas há sempre um senão!
"Vocês fazem-me acreditar que a equidade de género é possível!"
o que raio quer isto dizer! depois queixa-se que lhe chamam fascista, xenófobo, jingoísta, sexista e sei lá mais o quê. Bem, não desista "deixe o amor exprimir-se sem disfarces", como diria a florbela... aquela que espanca
B:»»
Jingoísta!?!?!?!? lol
Não sou nada disso!...
Não tenho dificuldades em entender a equidade entre homens e mulheres... Mais lhe digo que, para mim, um travesti é apenas um homem que se apresenta como uma mulher!...
O último paragrafo está cheio de quintas intenções)
ai que agora é que nos apanhou...travestis! à noite depilamos as pernas e damos uma de marlene, ali, junto às quatro-esquinas, hihihi
agora é que percebi o seu receio - a escrita não traz o sexo identificado, pelo sim pelo não resguardemo-nos, não vão as supostas galinhas revelarem colos cabeludos... abra os olhos Cingab
obrigado pelo conselho!
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