quarta-feira, setembro 03, 2008

De volta

Bem, é verdade, o berloque partiu para parte incerta, indomável. Quer dizer, não foi o berloque, mas sim as colaboradoras que, perante a tentação do Verão, abandonaram computadores, secretária, Internet, o gato, os cães, amantes imaginários e outros, e puseram-se em fuga. Ah pernas para que vos quero.
Eu já cheguei. Inconformado anda o meu Juvenal que, à boa maneira dos portugueses, depois da folia marítima entrou em depressão, deitando conta aos estragos e calculando os meses de contenção financeira a que nos teremos de sujeitar para recuperar dos pecadilhos das vacances. Que se lixe homem, vão-se os anéis ficam os dedos, digo-lhe eu para o animar, enquanto escondo a minha literatura de férias, não vá ele perceber a pequena fortuna que gastei na aquisição.
Aproveito para destacar, tipo professor Martelo, dois livros que me deliciaram nestas férias: a reedição do “Coca Cola Killer”, de António Victorino de Almeida, obra hilariante, ideal para indispostos - comprei-o a pensar no Juvenal uma vez que nos idos anos 80 eu já o tinha lido, sabendo de antemão que cada parágrafo da saga suscita uma gargalhada - mas não é que o raio do meu homem descobriu este ano a caça submarina e não me saiu do mar, feito um anormal, andar de pata-choca, de tubo, arma, arpão, óculos e barbatanas, a cronometrar apneias e a identificar a fauna marítima da costa. Qual livro qual quê, acabei por ser eu a relê-lo, com a mesma satisfação que o fiz da primeira vez. Se ainda não leram, aconselho vivamente a conhecerem o desconcertante Marcelino, vulgo coca-cola killer, e as pitorescas persongens que sairam da imaginação do maestro Vitorino de Almeida. O segundo livro, “Brando Mas Pouco”, é uma biografia sexual de Marlon Brando, da autoria de Darwin Porter, um conceituado cronista de Hollyood. Para os amantes das celebridades do cinema e da promiscuidade hollyhoodesca será, porventura, um livro de culto, nele desfilam os amantes a as amantes de Brando ao ritmo de dois e três por página. Uma vez que o livro tem cerca de 700 páginas façam as contas. A acreditar em Porter, Marlon Brando revela-se um autêntico predador bissexual, comeu tudo o que mexia e se mais houvera mais lá chegara. Deixo os pormenores para quem quiser ler o livro, mas não resisto à lista de alguns/algumas contemplados/as: Burt Lancaster, Laurence Olivier, John Gielgud, Marilyn Monroe, Marlene Dietrich, Rock Hudson, Grace Kelly, Rita Hayworth, Leonard Bernstein, Noël Coward, Shelley Winters, Ava Gardner, Hedy Lamarr, Anna Magnani, Montgomery Clift, James Dean, Tallulah Bankhead, Ingrid Bergman, Edith Piaf (e muitos mais). Enfim, este não o mostrei ao meu Juvenal, não fosse ele ficar com ideias esquisitas.
Obrigatório, obrigatório, mas mesmo obrigatório é o recente filme de Miguel Gomes “Aquele Querido Mês de Agosto”. E deste nada adianto, vão vê-lo e terão uma agradável surpresa, uma boa maneira de acabar o Verão e as férias.
Até breve. A saga continua.

4 comentários:

Anónimo disse...

Pois, muito bom regresso. Vou tentar ler esse do ... Marlon Hard

Achadiça disse...

Olá einstein, obrigada pela recepção. O Brando não é propriamente literatura mas contém revelações escaldantes, intriga-me que só agora tenham vindo a lume. Não perca o doc/filme "Aquele Querido Mês de Agosto”, uma visão algo caricata mas terna cá da nossa Beira.

PortugaSuave disse...

ó Achadiça e na fauna marítima que o seu Juvenal catalogou não estaria alguma sereia? Lol

Já c+a fazia falta, bons posts
Cumprim

Ps. Vou ver o filme, depois digo qc

Achadiça disse...

uma sereia!!! nem um carapau... dizia ele que íamos poupar um dinheirame em peixe, mas peixe peixe, comestível, nem vê-lo, e o dinheiro que ele gastou no equipamento, ui. O meu Juvenal é assim, gasta um dinheirão para poupar dinheiro. Ops, k ele aqui a rondar
techau